29 abril 2012

O SPRAY DA RUA CÁ DENTRO


"Um artista com muita lata."
Falamos de arte urbana como se pertencesse somente à rua, como se fosse impensável a sua imortalização num espaço interior, como se perdesse a sua identidade e todo o seu sentido de livre estilo político e social ou até de nenhuma mensagem implícita.
O graffiti, desde sempre, associado ao vandalismo, acabou por nunca conquistar a grande massa consumidora de arte. Mas hoje, apesar da persistência deste pensamento, que ainda subsiste, felizmente começa a ser reconhecido e acreditado.
Quando se fala em graffiti, automaticamente, recordam-se as paredes sujas, "Amo-te Cátia Vanessa, queres cazar comigo?" ou um tag qualquer de alguém que acredita que ser cool é agarrar em tintas e pintar umas letras.
Ora, o graffiti a sério não é nada disso. A nível profissional, são muitos os artistas com formação ou que sem ela, recuperam alegria nas ruas.
Claro que é preciso ter alguma delicadeza e calcular onde se vai marcar algo publicamente.
Habitações, superfícies privadas, edifícios históricos, emblemas nacionais, entre outros, não serão os locais mais apropriados.
Restam os muros ao abandono, as casas ocupadas e pouco mais, na verdade.
É aqui que considero fulcral o reconhecimento deste estilo artístico alternativo para que possa ser aceite pela população, como uma iniciativa, como uma forma de arte e não como lixo.
Que se criem espaços destinados a este fim. 
Que se tenha consideração. 
Um bom exemplo é a exposição de tema livre, na galeria António Prates em Lisboa, onde o graffiti saiu da rua, com a participação de 10 artistas portugueses e 1 polaco até 12 Maio.


Imagem da Internet (Iniciativa da CMS "Setúbal mais bonita", na rua 5 de Outubro em Setúbal)




2 comentários:

  1. O graffiti é muitas vezes confundido com "tags", que basicamente se limitam a assinaturas em paredes alheias. O verdadeiro graffiti acaba por ser desvalorizado, por questões como essa..quem é que gosta de chegar a casa e ver o muro assinado pelo "alberto"? ou pelo contexto em que surge. Mas de todo o modo, existem graffitis assombrosos, de uma técnica fenomenal, a minha experiência pessoal é limitada, só fiz um até hoje e em parede própria, lá está, por este tipo de associações.

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  2. Sim é verdade. E é com muita pena que vejo o desagrado por grande parte das pessoas num olhar comum.
    Mas o mais bizarro é a reprovação daqueles que estudam arte e ainda assim terem palas laterais, não vendo mais nada a não ser a eterna arte clássica como existência suprema.

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